BLOG DA CONGREGAÇÃO CRISTÃ CAMINHO DO EVANGELHO

NOSSOS POSTS RECENTES

Pesquisa personalizada

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A mentalidade como fruto de um referencial teórico

Todos nós emitimos opiniões, discordamos, vociferamos em debate, escrevemos e publicamos aquilo que cremos, aquilo que julgamos como correto. Contudo, muitas e muitas vezes na vida nos vemos diante de um novo conteúdo que nos faz repensar toda a produção teórica que emitimos até então, e é nesse momento que surge a pergunta: "Será que eu estava sendo desonesto"?

Posso afirmar que não. Você e eu não estamos sendo desonestos quando falamos daquilo em que cremos. Só que precisamos entender que o que cremos é fruto dos referenciais teóricos que carregamos. Trocando em miúdos, as opiniões que emitimos estão baseadas num conhecimento prévio que adquirimos ao longo da vida, dentro das mais diversas áreas. Esse conhecimento agregado é o que podemos chamar de referencial teórico, e este sempre fica evidente em tudo o que falamos ou escrevemos.

Estive estudando acerca da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro durante a Primeira República, mais precisamente em Novembro de 1904, e pude notar que um dos fatores que desencadearam o tumulto era o fato de os próprios médicos não manifestarem total confiança na vacina contra a varíola, recentemente desenvolvida (então) e trazida da Europa pelo dr. Oswaldo Cruz. Essa desconfiança, aliada a outros tantos fatores, dentre os quais o fato de ser uma vacina desenvolvida em animais (na época), de acordo com o saber popular (a chamada Medicina das Ruas) fez com que a população e os jornais considerassem a vacina uma outra praga, tal qual a Tuberculose e a própria Varíola, a qual se prestava a erradicar . Como pode um povo acreditar que a vacina matava ao invés de curar? Questão de referencial teórico.

O que faz com que você creia nas instituições em que vive? O que faz com que você se mantenha onde está? O que motiva você a defender os posicionamentos e verdades nas quais acredita fortemente, ao ponto até de considerar como “herege” aqueles que sugerirem algo diferente? O seu referencial teórico. Você foi ensinado assim, e por isso defende o que crê.

Há algum tempo eu defendia uma ideia, assim como muitos, acerca de instituições, dogmas, conceitos doutrinários, posturas eclesiásticas, e coisas do gênero, que julgava estarem corretas, observando na Bíblia os textos que davam base para tal defesa, por conta do referencial humano que tinha, baseado em tradições construídas pelo homem, e não por Deus. Uma construção que vinha desde os primórdios do cristianismo, e que foi, século após séculos se perpetuando e, assim com se diz, como mentira muitas vezes repetida, se tornando “verdade”.

Mas, com um mínimo de pesquisa histórica, vi que estas estruturas humanas, mesmo não sendo perniciosas em si, atrapalharam mais do que ajudaram o movimento de Jesus, e ainda atrapalham. Vi que o evangelho poderia, e pode ir muito mais longe do que se vê hoje, com uma verdade de vida sem igual, muito distante deste arremedo de vida cristã que vemos espalhado pelos templos de hoje em dia, a partir do momento em que o referencial teórico for mudado. A partir do momento em que se tenha maturidade suficiente das lideranças para parar e pensar: "Será que o modus operandis da "igreja" está de acordo com o que Cristo deseja? Será que esta dita Eclesiologia atual está de acordo com o plano divino"?

Quero com este texto sugerir a você que aguce o seu senso crítico. Questione. Por que será que as coisas são como são na dita “igreja” da atualidade. Não é muito correto acreditar naquele mito das origens, que afirma que tudo só está como está por causa do que aconteceu no, e somente no início de um movimento., e nesse caso, do Cristianismo. Muitas coisas erradas também foram acrescentadas com o passar do tempo. Mas creio que lá no início uma chave foi virada. Tal, que fez com que todo o caldo se desandasse e chegássemos a essa vergonha que vemos com o nome de evangelho hoje em dia.

Sua vida cristã, assim como a de muitos, (digo sem medo de errar) pode ser uma grande engodo, principalmente para você mesmo. Práticas, ritos, compromissos, ideias, tudo com uma cara de verdade, mas que na realidade não passa de prática religiosa vazia. Podem estar apenas te fazendo se enganar a si mesmo, impedindo que você desfrute de uma verdadeira e intensa comunhão com o Ungido.

Você pode simplesmente considerar tudo o que escrevi aqui como um grande delírio. Mas eu afirmo pra você: essa sua posição pode ser um mero resultada de um referencial teórico equivocado. Pense nisso, antes de me julgar.

P.S.: O meu também pode estar equivocado? Sim. Mas com certeza eu estarei pronto para mudar. Você está?

3 comentários:

  1. CHEGUEI, GOSTEI DO QUE LI, E VOU VOLTAR!!!

    ResponderExcluir
  2. EXCELENTE REFLEXÃO, FOI POR ISTO MESMO QUE REVI MEUS CONCEITOS...O PIOR CEGO É AQUELE QUE NÃO OUVE E NÃO PENSA!

    ResponderExcluir
  3. O Pastor também está refletindo... refletindo... refletindo...

    ResponderExcluir

PODE FALAR A VONTADE, DESDE QUE SEJA PARA EDIFICAÇÃO DO REINO: